80 anos da Gloriosa e Imortal “Máquina Juventina”

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Por Fernando Galuppo

O que é bom dura pouco, diz a sabedoria popular. E foi nesse espírito que o time do Juventus de 1932 deixou marcas profundas no coração dos seus torcedores e aficionados mais saudosos. Em 11 jogos, foram 8 vitórias e 3 derrotas, com 30 gols pró e 11 gols contra, e uma histórica terceira colocação no Campeonato Paulista de Primeira Divisão. Foi essa a melhor campanha do Moleque Travesso na divisão de elite do Futebol Paulista, jamais superada por qualquer outro esquadrão grená. Uma equipe mítica, que ficou conhecida e imortalizada pela crônica e torcida como “Máquina Juventina”. Para muitos, não existiu um Juventus melhor que aquele onze: José (G), Segalla, Piola, Joãozinho, Brandão, Rafael, Vazio, Nico, Orlando, Moacyr, Hércules. Time de fibra, mas também de técnica refinada. Todos esses craques, sem exceção, tiveram sucesso no futebol paulista. Mas dois deles, em particular, ganharam fama internacional. O ponteiro esquerdo Hércules de Miranda e o médio José Augusto Brandão foram craques produzidos no celeiro da Rua Javari, que se consagraram em grandes times do futebol brasileiro. Ambos estiveram presentes na seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1938, ao lado de nomes consagrados, como Lêonidas da Silva, Domingos da Guia e Romeu Pelliciari. Por curiosidade, vale lembrar que no selecionado nacional de 38, ainda estiveram presentes outros dois jogadores marcantes na história juventina: os zagueiros Machado e Jaú.

Com uma equipe categorizada, o Juventus iniciou o Campeonato Paulista de 1932, a fim de se afirmar entre os grandes do futebol da capital. Recém-promovido à divisão de elite, o Moleque Travesso, logo na primeira rodada, bateu o Corinthians pelo placar de 5 a 4, com três gols marcados pelo meia Vazio, que deu uma aula de bola nos alvinegros. Com o moral elevado, foram mais três vitórias consecutivas: 4 a 1 contra o Atlética Santista, 2 a 1 contra o Ypiranga e 3 a 1 diante da Portuguesa de Desportos.

Na quinta rodada, um confronto de invictos. Juventus e Palestra Itália dividiam a liderança da competição, sem nenhum ponto perdido. O jogo era fundamental para as pretensões de ambas as equipes. Os jornais previam como uma final antecipada. Lutando com ardor, os juventinos não tiveram a mesma sorte das rodadas anteriores e foram superados pelos palestrinos pelo placar de 3 a 1, que rumaram invictos para a conquista do torneio. Dali, até o fim do campeonato, o Moleque Travesso só perdeu mais dois jogos, para o Santos Futebol Clube, por 2 a 1 e para o São Paulo da Floresta, por 1 a 0, firmando-se na terceira colocação, a frente de Corinthians, Portuguesa de Desportos e Santos.

Com o fato da revolta constitucionalista de 1932, em que os paulistas combateram as forças do governo federal, o Campeonato Paulista foi paralisado ao final do primeiro turno. O tão sonhado título juventino não veio. Mas o time da Mooca fora aclamado como um verdadeiro Campeão! A máquina juventina foi desfeita no ano seguinte, com a introdução do profissionalismo. Mas na lembrança dos juventinos, o time de 32 está glorificado pela eternidade como o maior Juventus de todos os tempos. SALVE A MÁQUINA JUVENTINA!!! VIVA O MOLEQUE TRAVESSO!!!