União, entrosamento, dedicação, persistência, treinamento e superação de limites. Estas são com certeza as chaves para o sucesso entre duas pessoas que, de fora e dentro da água, buscam a mesma meta: a vitória.
Uma menina de apenas 12 anos que, como outra garota de sua idade, gosta de dançar, cantar, assistir à TV e passar horas no computador, mas com um grande diferencial: o amor pela natação.
Gabrielle Assis da Silva, natural de São Paulo, nasceu em 05 de maio de 1999 e pratica natação desde os 06 anos de idade.
Chegou ao Clube Atlético Juventus em 2010, trazida pelas mãos de sua irmã, que na época era o destaque grená. Mas em pouco tempo, Gabrielle superou o fato de não saber nadar e conquistou o título de campeã nos 100 m peito, 100 m costas e 100 e 200 medley.
Em novembro de 2011, foi recordista nos 100 m peito, 100 m costas e 200 medley. Ainda neste ano, a atleta garantiu a sua maior conquista obtendo o 2° lugar no Campeonato Brasileiro.
Seis vezes por semana e duas horas e meia por dia é o tempo que a atleta se dedica à natação. Apesar das dificuldades financeiras que enfrenta e da distância que percorre de metrô e ônibus, de sua casa, na Vila Matilde, até a Mooca, para treinar, a atleta não desanima e mantém o sonho de disputar uma competição forte e chegar a conquistas muito maiores.
“Tenho muitas dificuldades, principalmente financeira. Isso atrapalha, mas não me desmotiva, a natação é tudo para mim. A emoção que senti quando bati os três recordes no Paulista supera qualquer dificuldade”, comenta Gabrielle.
A atleta não titubeia ao responder: “meu maior incentivador, sem dúvida, é meu treinador”.
O técnico das categorias Mirim (de 8 a 10 anos) e Petiz (de 11 a 12), Eduardo Oliveira Pio, de 36 anos, é o outro destaque juventino. Ele trabalha no Clube desde 2008, mas ingressou na natação em 2003, incentivado pela esposa.
O treinador dedica 42 horas semanais para os atletas juventinos.
Comandando a equipe grená, Eduardo alcançou importantes conquistas como: o 3° lugar no Circuito Mirim em 2009, o Vice-Campeonato Paulista Petiz 2, na categoria feminino, e o 4° lugar, na categoria masculino, no primeiro semestre de 2011.
A sua maior conquista foi o 6° lugar geral por equipe no Paulista 2011, com apenas 02 pontos do 5° colocado, mas a maior emoção foi ganhar a medalha do recorde batido por Gabrielle.
Para Eduardo, dedicar-se a natação significa a sua vida e o Juventus uma conquista de trabalho, onde se tem a oportunidade de desenvolver profissionalmente.
O treinador grená tem como prioridade crescer na parte profissional também em outras categorias e quem sabe futuramente chegar a uma seleção.
“As pessoas devem enxergar a natação como um esporte, do qual podemos sobreviver, ganhar dinheiro e chegar a um alto nível, apesar das dificuldades financeiras ou até mesmo da falta de atletas”, esclarece Eduardo Pio.
O treinador ainda explica que dentro da modalidade, a parte principal é a iniciação. É fazer com que as crianças gostem da natação e superem o desânimo que muitas vezes bate, pelo fato de terem que treinar muito, até mesmo aos sábados, e de terem que ficar em uma competição o dia inteiro.
“Sabemos o quanto é difícil a transformação das crianças, devemos garimpar no meio dos alunos, cobrar a dedicação deles e contar com o apoio dos pais. É claro que umas são mais amadurecidas que outras e obtêm melhores resultados. Mas há também aquelas que acabam lhe surpreendendo, como foi o caso da Gabrielle que, quando chegou no Juventus, nem sabia nadar”, lembra o treinador.
De surpresas, com certeza, a natação está cheia, mas há atitudes que deixam rastros na carreira tanto de atletas como de treinadores e o fato de Gabrielle Assis ter oferecido a medalha do Paulista ao seu maior incentivador, sem dúvida marcou a vida de ambos.
“Dei-lhe a medalha do Paulista porque ele merece”, disse a atleta.
“Fiquei emocionado com a atitude da minha atleta. Acho que foi uma bela despedida, pois o ano que vem não serei mais o treinador dela, já que ela passa para o infantil”, finaliza Eduardo Pio.